Alface Grande Lago
Nome Científico: Lactuca sativa L. var. Capitata L. (“Grande lago”).
Nome Comum: Alface Grande Lago.
Nomes Populares: Alface, leituga.
Família: Asteraceae.
Origem: Leste do Mediterrâneo, Indía.
História: O nome "alface" vem do árabe "al-khass" ou "aa-lhaç". Na mitologia Grega, a alface foi simbolicamente relacionada com a morte, pois segundo a lenda, o amor entre a deusa Afrodite e o jovem Adonis teve um fim trágico quando este último foi morto por um porco selvagem no jardim das alfaces onde Adonis se escondia. O povo romano, desde a época do Imperador Domitien, começou a ser consumidor da alface e era costume as elites servirem alface como entrada, antes do prato principal, com rabanetes e outros legumes crus. Essa prática ainda perdura em algumas regiões e países. Na época Romana, a alface já era possuídora de todo um conteúdo cultural, medical, religioso e alimentício. A alface foi cultivada pelos antigos Egípcios, existindo representações em alguns túmulos que datam de quase 2700 anos antes de Cristo.
Descrição: Planta herbácea, compacta, hermafrodita, com raíz aprumada e muito curta, não ultrapassando geralmente os 25 cm de profundidade e com pequenas ramificações. Enquanto a planta está na fase de roseta o caule é impercéptivel mas quando atinge o estado de perfeito repolhamento já se pode considerar como um pequeno caule em forma cónica e na fase de floração surge então um de maior tamanho, que vai sustentar as flores. As folhas de Alface são largas, lisas, basais, em forma de uma densa roseta, com centro em forma de bola compacta. Alface de pomo, repolhuda, que se caracteriza por uma folhagem quebradiça, mais ou menos recortada, de cor verde médio a escuro e brilhante. A cultura da alface pode ser realizada durante todo o ano na nossa região, quando produzida em estufa, existindo variedades bem adaptadas ás diferentes estações do ano. É a cultura hortícola protegida de maior expressão na época de Outono/Inverno, pois é capaz de crescer a baixas temperaturas e de tirar partido da fraca luminosidade da época.
Sementeira: No local definitivo entre Abril/Agosto ou em estufa ou estufim entre Fevereiro/Março, podendo-se semear em tabuleiros ou alvéolos e depois transplantar para o terreno quando a planta tiver cerca de 5-6 folhas verdadeiras e 7-8 cm de altura. Podem ser semeadas no terreno e protegidas do frio com uma cobertura de plástico ou uma manta térmica. Entre os 10-20 Cº de temperatura, a germinação ocorrerá entre 3-7 dias após a sementeira. A sementeira deve ser feita a pequena profundidade, entre 0,5-1 cm. Evitar as horas de maior calor e manter sempre o substrato bem humedecido após esta operação.
Crescimento: Rápido.
Transplantação: Entre Abril/Setembro, com espaçamento de cerca de 20-30 cm. No Outono/Inverno deve-se aumentar o espaçamento(densidades menores), para que o aproveitamento da luz e o arejamento entre plantas seja melhor.
Luz: Requer boa luminosidade.
Temperatura: Planta de clima fresco ou temperado. A alface consegue germinar bem a temperaturas baixas, aumentando a velocidade dessa germinação com temperaturas até 20-25 Cº. A temperatura óptima situa-se entre os 15-21 Cº. Acima dos 25-27 Cº a semente pode entrar em dormência sendo a percentagem de germinação muito baixa. Temperatura óptima para o desenvolvimento da planta situa-se entre os 15-20 Cº, podendo suportar temperaturas inferiores, mas abaixo dos 6 Cº, em algumas variedades podem surgir problemas de ordem nutritiva, levando ao aparecimento de algumas doenças. Temperaturas acima dos 25 Cº leva ao espigamento da planta. O repolhamento depende principalmente do equilibrio luz/temperatura.
Humidade: Entre 60-80 %
Solos: Férteis, ricos em azoto, ligeiros e bem drenados, com pH ideal entre os 6,5-7,5.
Rega: Regular, sem encharcar. As necessidades de água aumentam com o aumento da área das folhas e com o aumento da temperatura. Nos solos arenosos as regas devem ser frequentes e em doses baixas enquanto nos argilosos devem ser menos frequentes mas em doses mais elevadas. Evitar o excesso de água no solo pois pode provocar asfixia radicular, paragem de crescimento e aparecimento de doenças. Evitar regar em horas de calor para prevenir certas doenças e evitar molhar as folhas pois são sensíveis a podridões. De preferência optar por rega gota a gota e manter a superficie do solo seca entre regas.
Adubação: Fertilizar antes da plantação incorporando matéria orgânica bem composta no solo bem mobilizado. Poderá também efectuar uma adubação de fundo com fertilizante mineral completo. Ex: 8-15-15, 15-15-15. Ter em atenção ao excesso de azoto, pois pode provocar dificuldades no repolhamento e acumulação excessiva de nitratos nas folhas.
Pragas e Doenças: Larva mineira, mosca branca, pulgões, tripes, lesmas e caracóis, Agrotis segetum, Spodoptera littoralis, Phorbia platura, Plusia gamma. Míldio, podridão cinzenta, Antracnose, Esclerotinia (Sclerotinia sclerotiorum), Septoriose (Septoria lactucae), vírus do mosaico da alface, vírus do bronzeado do tomate.
Multiplicação: Semente.
Colheita: A alface é uma planta frágil e a sua degradação é rápida. Depois de colhida deve ser imediatamente conservada em frio, e embalada caso seja esse o objectivo. A colheita deve ser realizada logo pela manhã ou ao final da tarde para que não perca a frescura, cortando as plantas pela base, junto ao solo.
Após a colheita, deve-se realizar a rotação de culturas, plantando uma leguminosa ou uma hortaliça de outra família, como cenoura, pimentão, berinjela, ou repolho.
Evitar cultivos sucessivos de alface, para reduzir a ocorrência de podridão, míldio e bacterioses.
Conservação: Lavar as alfaces em água fria, escorre-las e deixar secar, colocando depois em sacos plásticos no frigorífico. Devido á grande % de quantidade de água existente na sua constituição (95%), a sua conservação é curta, aguantando apenas 10-12 dias no frigorífico. Evitar conservá-las junto de maçãs, bananas e pêras pois estes frutos libetam gás etileno que provoca o aparecimento de manchas e podridões nas folhas.
Utilização: Culinária, usos medicinais.
Uso Medicinal
Indicações: agitação, conjuntivite, hipocondria, insónia, nervos, palpitação do coração, reumatismo, tosse, tensão nervosa, vertigem, nevralgia intestinal.
Parte Utilizada: folhas, talos, raíz, seiva extraída dos caules.
Modo de usar
Sumo e chá das folhas, talos e raízes, tem efeito sonífero, calmante do estômago e do sistema nervoso. O seu sumo pode também ser usado no fabrico de loções e cremes para hidratar e acalmar a pele e aliviar queimaduras do sol.
Cataplasma: ferver algumas folhas de alface em pouca água, por cinco minutos. Deixar amornar e untar as folhas com azeite, estendendo-as sobre uma gaze. Aplicar sobre a região atingida, para evitar inflamações, contusões, inchaços, pele irritada e avermelhada.
A infusão das folhas é tranquilizante, boa para a tosse, anti-reumática, sonífera, digestiva, laxativa suave.
Constituintes Químicos: óleo essencial, albumina, vitaminas A e C, cálcio, fósforo e ferro. Matéria seca: 2,2% amido, 1,4% proteína, 0,3 % lípidos.
Propriedades Medicinais: antiácida, anti-reumática, calmante do estômago e do sistema nervoso, diurética, eupéptica, laxante (leve), rejuvenescedora, sonífero.
Autor: André M. P. Vasconcelos (Engenheiro Agrónomo)
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